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Moradora da Barra, Karina Maia traduz as letras de suas músicas para Libras nas gravações.

O ditado “Quem canta, seus males espanta” se enquadra com perfeição à história de superação da moradora da Barra Karol Maia. Segundo a própria, a música não apenas a curou de uma profunda depressão, como a levou a um mundo mais inclusivo. Após gravar um videoclipe com integrantes do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), ela estabelece nova parceria com um pianista deficiente visual em vídeo.

Tudo pode ser acompanhado através do canal da cantora e compositora no YouTube e em plataformas de streaming de música. Esses são os espaços em que ela tem divulgado suas canções e seu projeto de inclusão. No fim de fevereiro, foi lançado on-line o clipe de “Ex-namorada”, letra traduzida para Libras por amigos do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), onde trabalha.

Queria muito que eles participassem do videoclipe, mas não só como atores. Acredito que nada mais justo do que ter a minha música traduzida para Libras por eles mesmos — conta Karol, que grava hoje a versão acústica de “Ex-namorada” com o pianista cego Leo Smirna.

A canção foi inspirada na ex de um antigo parceiro, que se metia na relação dos dois. Hoje, só há espaço para gargalhadas quando se lembra de como a moça ficava louca de ciúmes. Águas passadas. Agora, ela conta com o marido, Diego Macena, que filma seus vídeos pelas ruas da Barra, usando apenas usando um celular e um tripé.

Se hoje a internet é uma das principais plataformas de divulgação para artistas, nem sempre foi assim.

— Em 2008, quando gravei o meu álbum “Perigo”, essas plataformas como o Spotify não eram populares. Hoje, não tem como lançar uma música sem isso e um videoclipe. Filmamos tudo com um celular e eu mesma edito as imagens — conta.

Para bancar os custos da gravação de seu único álbum, Karol Maia precisou vender seu carro, um Uno 92. Ela lembra que o investimento lhe rendeu bons frutos, como convites para fazer a abertura de shows das artistas Luciana Mello e Preta Gil. Mas, com as contas batendo à porta e a gravidez da pequena Eva, hoje com 3 anos, Karol precisou acionar um plano B.

À procura de estabilidade financeira, ela mergulhou no universo dos candidatos a concursos públicos e, para isso, silenciou sua carreira de cantora por um tempo. Até que foi aprovada e passou a trabalhar no Ines. Por ironia do destino, foi lá que ela viu sua musicalidade aflorar novamente.

— Os surdos se envolvem com a música através das vibrações emitidas por ela. Inclusive, já houve uma parceria entre o Ines e o Rock in Rio, que possibilitou que alguns dos alunos de lá fossem assistir aos shows. Eles receberam uma mochila que foi desenvolvida para transmitir as vibrações musicais — recorda Karol, referindo-se à edição de 2015 do evento.

Fonte: O Globo

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