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Uma das principais formas de inclusão na comunidade surda, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é fundamental não só para a comunicação, mas também como uma ferramenta de acesso à educação e ao mercado de trabalho. Apesar de ser a segunda língua oficial do país, as Libras são quase desconhecidas por muitos brasileiros.

E dentro das escolas, o trabalho que deveria ser de inclusão acaba desempenhando o papel inverso, já que não há obrigatoriedade do ensino da língua de sinais na educação básica. O pedagogo Sidney Lima, especialista em libras e educação de surdos, fala da importância dessa inserção no currículo escolar desde a base. “Ter Libras na educação básica é fundamental. Hoje, a Lei 10.436 obriga o ensino de Libras nas universidades, porém é uma disciplina de 60 horas. Você consegue sensibilizar a pessoa, mas ele não aprende Libras. Então, [é importante] trazer Libras para a educação básica, às escolas de Ensino Fundamental, séries iniciais porque as crianças aprendem com muito mais velocidade”, afirma.

O especialista que também é professor de educação básica em uma escola municipal do subúrbio ferroviário de Salvador, relata como sua experiência em sala de aula o motivou a aprender e ensinar a língua de sinais:

“Eu ensino Libras para todos os meus alunos e eles aprendem com uma facilidade. Eu ensino através de música. Então, eles começam a se comunicar com os colegas da sala que são surdos e, que se não tivesse a Libras, dependeria apenas do intérprete e isso não é inclusão. Ter uma criança na escola que se comunica, só sinaliza com o intérprete, ela está não dentro da escola, está excluída do processo. Então, a gente precisa ensinar para todos. Na hora que todas as crianças aprendem Libras, ela de fato está incluída, está integrada nas atividades, interage com todo mundo, chamam ela para brincar, perguntam como ela está se sentindo hoje. Então isso verdadeiramente é a inclusão”, diz.

No último dia 16, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para discutir o projeto de lei número 6284 de 2019, que propõe a oferta do ensino da Língua Brasileira de Sinais em todas as etapas da educação básica.

Segundo a lei, Libras deve ser considerada a primeira língua para alunos surdos, sendo ensinado por professores formados em licenciatura, preferencialmente surdos e com metodologias específicas.

Fonte: Agência Brasil

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