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Com o objetivo de derrubar barreiras linguísticas e facilitar o acesso de pessoas surdas ao serviço de saúde , está sendo promovido pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) para os seus profissionais o curso básico de Língua Brasileira de Sinais (Libras), com aulas ministradas de fevereiro até junho deste ano.

MINAS GERAIS – “As aulas são dinâmicas, e os alunos estão bem interessados em tornar efetiva essa comunicação, fazendo cumprir o direito da pessoa surda e trazendo segurança e autonomia ao paciente”, explica a técnica em Enfermagem do Bloco Cirúrgico, Josiene Barros, que ministra o curso ao lado da enfermeira Ana Cintia. “Comecei a aprender Libras aos 16 anos para me comunicar com as pessoas surdas e todas as vezes em que tive oportunidade de utilizar essa língua na assistência foi de grande importância”, destaca a profissional.

A formação é uma iniciativa do Grupo de Trabalho de Acessibilidade (instituído pela Superintendência do HC) e do Núcleo de Desenvolvimento de Pessoas. As aulas são realizadas todas as segundas e sextas-feiras, sempre das 13h15 às 14h15, totalizando 60 encontros. A professora e pedagoga surda Fabiana Marques participa como convidada externa.

O GT surgiu da necessidade de discutir e mapear os principais problemas de acessibilidade para a implantação de ações a fim de acabar com esses entraves entre os pacientes e o serviço hospitalar. “O acesso precisa ser garantido a todas as pessoas, removendo barreiras de acessibilidade como as arquitetônicas, comunicacionais e atitudinais, entre outras. Daí a necessidade de capacitarmos nossos funcionários com esse curso que promove o acesso das pessoas surdas à comunicação e à informação”, explica a coordenadora da Comissão de Humanização do HC-UFTM, Luana Barbosa.

Um cuidado e um olhar ainda mais atentos aos usuários têm chamado a atenção dos alunos.  “O mundo se abre diante dos olhos, é assim que me sinto, tendo contato com o universo surdo, a datilologia (o alfabeto manual), os sinais em geral, o emprego correto deles na experiência transmitida, a superação das dificuldades de cada dia. A boa comunicação oferece segurança, conforto e dignidade para quem depende de cuidados. Agora consigo entender a dor dos pacientes com mais clareza e oferecer ajuda de forma eficiente e humana”, destaca o discente e técnico em enfermagem, Gutemberg Clement Júnior.

A empatia diz “presente” durante as aulas e ensinamentos. “O curso tem sido surpreendente e desafiador. O simples fato de me colocar no lugar de pessoas surdas, de fazer um curso direcionado a ajudar essas pessoas, tem me feito repensar com mais preocupação e respeito. A comunicação é essencial, por isso fico pensando na dificuldade delas em serem ouvidas, no atendimento de suas necessidades mais básicas”, ressalta a assistente administrativa Michely Santana, que também é aluna da capacitação.

Fonte: Universidade Federal do Triângulo Mineiro

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