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Natália Frazão, que trabalha na Cultura desde 2018, comenta repercussão e ‘cara de assustada’

Natália Frazão nunca recebeu tantas mensagens por causa de seu trabalho. Tradutora de Libras, seu rosto ganhou as redes sociais desde domingo (15) pela reação dela ao ver a cadeirada que José Luiz Datena (PSDB-SP) desferiu contra Pablo Marçal (PRTB-SP) durante o debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo na TV Cultura.

Seu rosto estava na tela naquele fatídico momento. A expressão assustada virou meme. Em conversa com a coluna, Frazão diz que foi tudo muito rápido e que seu espanto foi genuíno, ainda mais por nunca ter visto algo parecido com aquilo enquanto trabalhava.

“No momento da confusão, parei de interpretar por alguns segundos para entender o que aconteceu”, lembra. “Não estávamos no mesmo estúdio em que aconteceu o debate. Assistimos através de um monitor que fica posicionado em nossa frente, mesmo assim, olho para o monitor às vezes, pois tenho que focar na lente da câmera que está captando a interpretação em Libras.”

“Quando a cadeira foi arremessada, eu não entendi o que aconteceu, sabia que algo tinha sido jogado no Marçal. Por isso parei para entender o que era”, contou. “Foi quando Leão Serva, mediador, chamou os comerciais.”

Poucos minutos depois de tudo acontecer, Frazão já notou que tinha viralizado por causa de amigos que mandaram diversas mensagens por WhatsApp. Ela própria não tem redes sociais e, até então, não fazia ideia de que sua reação havia sido tão difundida.

“Quarenta minutos depois da minha interpretação no terceiro bloco de debate, peguei o meu celular. Foi a loucura, recebi tantas mensagens dos meus colegas de trabalho por WhatsApp, só falando sobre a minha reação”, diverte-se. “Não tinha noção de que a minha reação teve essa repercussão toda.”

Até segunda-feira (16), Frazão diz que mantinha um certo estranhamento com tantos comentários, mas passou a rir de alguns memes que surgiram nas redes sociais. Para ela, isso é um modo de elogio ao trabalho que faz na TV Cultura.

“No dia seguinte, fui recebendo ainda mais mensagens com vários prints de comentários alheios sobre a minha reação e o meu trabalho. Foi muito engraçado, até que ri muito, fiquei feliz e agradecida por tantos elogios”, descreve.

Mesmo com a situação insólita, Frazão entende que a repercussão do caso foi positiva para ela. “Foi positivo por essa parte, foi importante o reconhecimento ao trabalho de pessoas como eu, intérprete surda, comemora.

Na TV Cultura há seis anos, a profissional faz parte do Núcleo de Acessibilidade, chamado internamente de Flicts. O espaço é composto por especialistas em closed caption e audiodescrição, entre outros. A equipe tem cerca de 50 pessoas, sendo cinco surdos e oito ouvintes só na parte de tradução de Libras.

Fonte: F5 Uol

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