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Cobrança de soluções viraliza: mais de 12 mil visualizações em uma semana.

Um vídeo gravado por uma estudante de engenharia civil da UEG de Anápolis viralizou nas redes sociais na última semana, atingindo 12 mil visualizações. Ela reclama das aulas transmitidas pela internet, dirigidas aos universitários que continuam cumprindo o calendário letivo de forma remota.

Surda, Camila Santos Castro, de 20 anos, precisa de um intérprete para poder se equiparar aos demais alunos na rotina acadêmica. No vídeo, Camila expressa sua insatisfação à respeito das vídeo-aulas que vão ao ar diariamente desde que o sistema remoto de ensino foi adotado pela universidade.

Atualmente, Camila cursa o 6° período de Engenharia Civil e decidiu realizar a gravação depois de tentar, sem sucesso, fazer com que o corpo pedagógico da UEG colocasse intérpretes nas vídeo-aulas oferecidas aos demais estudantes. Segundo ela, a direção da universidade alegou que não há intérpretes suficientes para atender a todo o trabalho produzido atualmente.

Entretanto, a universitária sugeriu que os vídeos fossem legendados, possibilitando aos surdos matriculados na instituição pudessem compreender totalmente o conteúdo. Segundo ela, tal sugestão também não foi acatada pelos responsáveis pela produção das vídeo-aulas. Paralela às tentativas de sensibilizar a universidade, a estudante decidiu procurar a ajuda de uma advogada e estuda a possibilidade de processar a UEG. Camila explica que, ao se matricular no curso, recebeu todo o incentivo e suporte da direção para levar o sonho de ter um diploma. “No início eu realmente contava com um intérprete dentro da sala de aula, o que me permitia ser uma excelente aluna, compreendendo todo o conteúdo e obtendo notas altas em todas as matérias”, relata.

Mas, desde o início deste ano, as coisas mudaram. O intérprete passou a não mais frequentar as aulas.

Presidente da comissão dos direitos dos deficientes da OAB, a advogada Mírian Cleidiane Queiroz disse que o Brasil ratificou uma convenção da ONU sobre o tema através do Decreto 6949 de 2009, dando a garantia ao deficiente de ter educação e acessibilidade. Depois disso, foram criadas outras leis, como a que torna a LIBRAS uma língua oficial no país, destinada à comunicação com os deficientes auditivos e a edição do Estatuto do Deficiente Auditivo.

Procurada pela reportagem, a UEG informou que já aconteceram dois Processos Seletivos Simplificados para a contratação de professores de apoio e as contratações estão acontecendo de acordo com as exigências legais. A Universidade orientou aos professores que ministram aulas para alunos com deficiência a utilizarem plataformas digitais que ofereçam recursos de acessibilidade e reforçará essa orientação. A UEG ainda destaca que, devido a esse período de pandemia e de atividades não presenciais, as disciplinas não cursadas pelos discentes que não conseguiram acompanhar as aulas serão ofertadas novamente ao longo do curso, por meio de turmas especiais e outras medidas que poderão ser tomadas e orientadas pela Universidade.

Fonte: Portal Contexto

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