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Desde a suspensão das aulas presenciais em 23 de março, por conta da pandemia, professores, alunos e familiares se reinventaram na maneira de passar e receber os conteúdos pedagógicos.

A tecnologia tem se tornado cada vez mais uma aliada da nova realidade. Projetor interativo, caderno, lápis de cor e caneta cederam espaço para as plataformas digitais. Os docentes interlocutores em libras da Emef Maria Aparecida dos Santos Ronconi, no Jardim Jussara, encontraram em uma dessas plataformas uma maneira de manter o vínculo com os 22 alunos surdos do 1º ao 9º ano que estudam na unidade.

“Os alunos surdos já acostumaram com essa nova realidade e o apoio da família é muito importante. Temos que nos adaptar. Além dos estudos, as videoaulas mantêm o vínculo afetivo e a interação”, disse o docente interlocutor Carlos Santana.

Para os alunos surdos, o visual é fundamental. Pensando nisso, professores de cada área do conhecimento preparam o material. Os professores intérpretes inserem imagens e links de vídeos e a unidade escolar entrega as atividades impressas para cada família. Além do conhecimento, as videoconferências têm se tornado um momento de socialização entre os estudantes.

“Eles conversam, matam um pouquinho da saudade da sala de aula e falam assuntos do cotidiano. Separamos um momento para essa interação”, explicou, Magali Albuquerque, que compõe o grupo de 11 docentes interlocutores da Emef.

Família X Escola
Dez horas da manhã e os rostinhos já começam a surgir. Sorrisos e sinais com as mãos dão ritmo para uma aula animada. Para despertar a atenção dos alunos é só balançar a mão na frente da câmera. Gesto repetido pelos estudantes quando querem se pronunciar.

Aluno do 7º ano, Pedro Henrique Silva acompanha o conteúdo ao lado da mãe Sheila. “Esse recurso é muito bom. O Pedro Henrique fica atento às aulas. Por meio desses encontros, ele não perdeu o ritmo”, disse Sheila.

Com a ajuda da mãe e da professora intérprete, Pedro destacou a importância das aulas a distância. “Gosto de matemática, tenho saudade da divisão e multiplicação. Gosto também das aulas de inglês. Já sei escrever gato e cachorro”, afirmou.

Outro aluno atento às explicações é Rafael Martins. Ao lado do pai Cleber Fonseca, vibra com cada acerto na aula de matemática. Alegria também do outro lado da tela, por parte da professora.

“No começo, o Rafael não entendia o que era uma aula virtual. Agora já tem consciência que é uma aula mesmo. Acorda cedo e fica ansioso pelo encontro. Quando acaba a aula, quer ficar conversando com os professores e colegas. A parte mais difícil é tirá-lo da frente do computador”, concluiu Cleber.

Referência na educação de surdos
Aceitar e aprender com as diferenças. Esse é um dos principais objetivos do “Projeto Especial de Libras e Língua Portuguesa como segunda Língua para alunos surdos” da Escola Emef Maria Aparecida dos Santos Ronconi, na região central de São José dos Campos.

A unidade, que conta com 763 alunos matriculados no ensino fundamental, oferece formação pedagógica diferenciada para todos os docentes da unidade escolar que atende 22 estudantes com algum grau de surdez.

Neste projeto, os participantes surdos aprendem Libras (Língua Brasileira de Sinais), como primeira língua, através da qual todos os alunos surdos têm acesso ao currículo do ano escolar que é interpretado pelos 11 docentes interlocutores que acompanham os alunos em sala de aula em todas as disciplinas.

Além dos 11 docentes interlocutores especializados, a escola conta ainda com profissionais do AEE (Atendimento Educacional Especializado – surdos) que atendem em duas salas de recurso, sendo que em uma delas o atendimento é realizado por um professor surdo.

Fonte: Prefeitura de São José dos Campos

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