Trabalho é voluntário e começou em 2012 em Capão Bonito (SP); professora Amanda Hussar acredita que cerca de 600 pessoas já participaram das aulas.
A solidariedade e vontade de disseminar conhecimento fizeram com que uma professora de português de Capão Bonito (SP) reservasse parte do dia para criar e dar aulas em um curso básico de Libras, a Língua Brasileira de Sinais.
O serviço é voluntário e feito desde 2012 na Escola Estadual Doutor Raul Venturelli. De acordo com a professora Amanda Hussar, ela oferece o serviço porque se preocupa com a inclusão da comunidade surda.
“Eles fazem parte da nossa sociedade, mas não tem aquela inclusão 100%. Resolvi ser uma mediadora da comunicação entre mundo ouvinte e mundo surdo”, diz.
Ela calcula que cerca de 600 pessoas já passaram pelas aulas. Apenas neste ano, as duas turmas formadas somam 125 alunos em aulas promovidas aos sábados no projeto Escola da Família.
“A experiência é muito boa. A cada curso meus alunos querem mais e os surdos participam e contam experiências de vida. Hoje tenho um grupo apaixonado por Libras. Os surdos também ficam contentes em saber que há pessoas interessadas em fazer parte desse mundo. Essa visibilidade ajuda a trazer mais surdos para perto, para que busquem por direitos”, conta.
Talita Fernanda Carriel da Silveira é monitora em uma escola municipal da cidade, tem perda parcial da audição e se comunica por leitura labial, que desenvolveu pela necessidade de conversar. Ela fez o curso e afirma que as aulas ajudam a enfrentar o preconceito.
“A gente pensa que o surdo não tem capacidade de estudar, ser bem articulado, e o curso me ajudou na questão da segurança e também a cursar uma faculdade”, explica.
“É bom ensinar as crianças a crescerem com uma outra visão de que todo mundo é igual. A gente tem que aceitar as diferenças e ensiná-las a conviver com pessoas surdas para os portadores dessa deficiência se sentirem bem”, diz.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/itapetininga-regiao/noticia/2019/08/17/voluntaria-da-aulas-de-libras-de-graca-para-comunidade-no-interior-de-sp-mediadora-entre-ouvinte-e-surdo.ghtml